Há mais restaurantes portugueses com estrelas Michelin

Lisboa foi ontem à noite o palco do que melhor se faz na gastronomia ibérica, ao acolher, pela primeira vez, a apresentação de um Guia Michelin, a ‘bíblia’ internacional dos melhores restaurantes.

A apresentação do Guia Michelin ibérico de 2019 decorreu o Pavilhão Carlos Lopes e reuniu os responsáveis pelo que de que melhor se faz na gastronomia ibérica, na ótica da organização do Guia Michelin.
Antes da entrega das estrelas já a Michelin ibérica adiantava que seriam entregues “mais de 20” primeiras estrelas a outros tantos restaurantes espanhóis e portugueses.
E em locais “que não são polos de população muito importantes”, revelava o diretor de comunicação da empresa, Ángel Pardo, citado pela agência espanhola Efe, a propósito das novidades do guia, considerado uma referência mundial na qualificação da restauração.
Para Portugal, será “um ano de crescimento”, o que é “importante, porque não há estagnação”, referiu Pardo, que indicou que “crescerá Lisboa, mas também há algumas localidades que atraíram a atenção” dos inspetores.

Três novos restaurantes com uma estrela Michelin

Nesta edição, o restaurante Alma, em Lisboa, conquistou a segunda estrela no Guia Michelin Espanha e Portugal 2019, que atribuiu também uma estrela a três restaurantes nacionais, incluindo o primeiro de cozinha japonesa.
O Alma, do português Henrique Sá Pessoa, que recebeu a primeira estrela na edição de 2017, alcança agora a segunda estrela – indicativa de ‘uma cozinha excecional, vale a pena desviar-se’ -, anunciou a Michelin, durante a cerimónia de apresentação do guia ibérico de 2019, que decorreu pela primeira vez, em Lisboa.
“O Alma, situado no boémio e turístico Chiado, criou uma muito boa impressão junto dos inspetores. O ‘chef’ Henrique Sá Pessoa cativou-os com uma proposta muito técnica, divertida e repleta de matizes. Cada pedaço levou-os a viajar no tempo e no espaço, graças aos sabores tradicionais e autênticos, que transportam para paragens mediterrâneas ou de outras latitudes”, refere a Michelin, no comunicado oficial distribuído durante a gala.
Recebe ainda a primeira estrela – indicação de ‘uma cozinha de grande fineza, compensa parar’ – o Midori, em Sintra, do ‘chef’ Pedro Almeida, sendo o primeiro restaurante de cozinha japonesa em Portugal a receber uma distinção do ‘guia vermelho’, como destaca a Michelin.

Gastronomia de ouro em locais “insólitos”

Em Portugal, os inspetores “encontraram pepitas de ouro gastronómicas em locais por vezes insólitos e isolados”, refere a empresa, apontando os exemplos dos outros dois restaurantes que alcançam a primeira estrela: o G Pousada, em Bragança, dos irmãos Óscar e António Gonçalves, que “valoriza a cozinha moderna da região de Trás-os-Montes”, e o restaurante A Cozinha, em Guimarães, “onde o ‘chef’ António Loureiro surpreendeu com uma cozinha moderna, que demonstra equilíbrio e sensibilidade”.
Na edição de 2019 do Guia Michelin da Península Ibérica, Portugal passa a contar, no total, com seis restaurantes com duas estrelas e vinte com uma estrela.
Além das novidades, Portugal mantém em 2019 todas as distinções anteriores e continua a não ter nenhum restaurante com a classificação máxima de três estrelas – indicação de ‘uma cozinha única, justifica a viagem’.
Em Portugal há ainda dois novos ‘Bib Gourmand’ – significado boa qualidade/preço abaixo dos 35 euros por refeição. São eles a Tasca do Zé Tuga, em Bragança, e o Avenida, em Lagos.
O diretor internacional dos guias Michelin, Gwendal Poullennec, afirmou que “Portugal tornou-se num destino turístico de referência e boa parte desse êxito assenta no auge da sua gastronomia”.
“É certo que a cozinha tradicional lusa sempre contou com o beneplácito do público estrangeiro. Sem dúvida, hoje temos a confirmação de um vigoroso impulso na alta gastronomia deste país, habitualmente a cargo de uma geração de jovens ‘chef’”, considerou.
No total, Portugal contém, no guia de 2019, 167 restaurantes referenciados, dos quais 36 são Bib Gourmand e 105 estão distinguidos como Prato Michelin (‘uma cozinha de qualidade’), além dos 26 com estrelas Michelin. Constam ainda 165 hotéis e turismos rurais.

Restaurantes portugueses distinguidos pelo Guia Michelin em 2019:
Com uma estrela:
A Cozinha (Guimarães, ‘chef’ António Loureiro) – novidade
Antiqvvm (Porto, ‘chef’ Vítor Matos)
Bon Bon (Carvoeiro, ‘chef’ Louis Anjos; Rui Silvestre saiu no início do ano)
Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira, ‘chef’ Rui Paula)
Eleven (Lisboa, ‘chef’ Joachim Koerper)
Feitoria (Lisboa, ‘chef’ João Rodrigues)
Fortaleza do Guincho (Cascais, ‘chef’ Gil Fernandes; Miguel Rocha Vieira saiu este mês)
G Pousada (Bragança, ‘chef’ Óscar Gonçalves) – novidade
Gusto by Heinz Beck (Almancil, ‘chef’ Daniele Pirillo)
Henrique Leis (Almancil, ‘chef’ Henrique Leis)
LAB by Sergi Arola (Sintra, ‘chef’ Sergi Arola e Vlademir Veiga – Milton Anes saiu em março)
L’AND Vineyards (Montemor-o-Novo, ‘chef’ Miguel Laffan)
Largo do Paço (Amarante, ‘chef’ Tiago Bonito)
Loco (Lisboa, ‘chef’ Alexandre Silva)
Midori (Sintra, ‘chef’ Pedro Almeida) – novidade
Pedro Lemos (Porto, ‘chef’ Pedro Lemos)
São Gabriel (Almancil, ‘chef’ Leonel Pereira)
Vista (Portimão, ‘chef’ João Oliveira)
William (Funchal, ‘chef’ Luís Pestana e Joachim Koerper)
Willie’s (Vilamoura, ‘chef’ Willie Wurger)

Com duas estrelas:
Alma (Lisboa, ‘chef’ Henrique Sá Pessoa) – novidade
Belcanto (Lisboa, ‘chef’ José Avillez)
Il Gallo d’Oro (Funchal, ‘chef’ Benoît Sinthon)
Ocean (Alporchinhos, ‘chef’ Hans Neuner)
The Yeatman (Vila Nova de Gaia, ‘chef’ Ricardo Costa)
Vila Joya (Albufeira, ‘chef’ Dieter Koschina)

 

Fonte: Mundoportugues.pt